Documento
Identificação da instituição
Nome do Museu/ Ponto de Memória/ Iniciativa de Memória
Sociedade Fluminense de Fotografia - SFF
Endereço da Instituição ou da iniciativa
Rua Dr. Celestino 115, Centro
Município
Niterói
Estado
Rio de Janeiro
Descrição
SOCIEDADE FLUMINENSE DE FOTOGRAFIA – SFF
A história da Sociedade Fluminense de Fotografia se confunde com a história de seu idealizador, fundador e presidente reeleito inúmeras vezes, Jayme Moreira de Luna, advogado, fotógrafo amador, mineiro de Santa Rita de Sapucaí, que não mediu esforços para transformá-la em uma das instituições fotográficas mais importantes do Brasil.
Em 1944, com 29 anos de idade e residente em Niterói, Jayme fez despretensiosamente um retrato de seu pequeno filho, Elysio Araujo de Luna, em frente a um dos portais de sua casa. Vestido de Pierrô, o menino inspirou seu pai a intitular sua obra de "Quarta-feira de Cinzas". Não imaginava neste momento que essa fotografia mudaria a história da fotografia fluminense e brasileira. Jayme gostou tanto da fotografia que resolveu então apresentá-la no salão do Photo Club Brasileiro. A imagem foi duramente criticada. O grande portal de casa tinha um pé direito muito alto e a imagem teve como resultado linhas convergentes, o que foi considerado um erro grave pelo os jurados. Jayme pensou em desistir da fotografia, acreditando não ter talento para a arte.
Ao final da exposição, retira sua fotografia da parede, toma as barcas a caminho de Niterói e encontra casualmente seu amigo César Salamonde, na época juiz de menores, respeitado fotógrafo amador e também laboratorista. Salamonde mostrou a Luna como aquele erro poderia ser corrigido facilmente durante a ampliação no laboratório. Assim, Jayme decidiu criar uma instituição voltada exclusivamente para difundir e ensinar a arte fotográfica e sua técnica. Em 12 de outubro de 1944, Jayme fundou a Sociedade Fluminense de Fotografia. As reuniões aconteciam na sua solarenga em estilo art nouveau, com endereço na Avenida Sete de Setembro, 204, em Santa Rosa. Mais tarde, em 1949, por doação do Governo do Estado do Rio de Janeiro, recebe o terreno da Rua Dr. Celestino 115, onde em agosto de 1955 inaugurou o primeiro edifício projetado no Brasil especialmente para promover a arte fotográfica, sendo constituído de estúdio, laboratórios, biblioteca, secretaria e a primeira galeria construída para fotografia no Brasil.
A criticada fotografia “Quarta-feira de cinzas”, estopim da criação da SFF, ironicamente ganhou reconhecimento internacional após ter sido publicada em um jornal americano com a legenda “Enquanto os grandes guerreiam na Europa, os pequenos brincam o carnaval do Rio de Janeiro”, fazendo referência à Segunda Guerra Mundial que acabaria naquele ano. Também em 1945, a SFF promoveu sua primeira mostra mundial, realizada no antigo Hotel Cassino, atual prédio da reitoria da Universidade Federal Fluminense, a UFF. A partir de então a SFF alçou diversos voos, consolidando-se no campo da fotografia e no campo do fotoclubismo, contabilizando a realização de mais de 40 Exposições Internacionais.
Durante o movimento fotoclubista, a Sociedade Fluminense de Fotografia chegou a se corresponder com mais de 90 países e conquistou prêmios e notoriedade, ao lado dos mais renomados fotoclubes existentes desde o século XIX em todo o mundo. As fotografias de seus integrantes eram enviadas via postal, e devolvidas com o carimbo das participações, aceitações e premiações nos salões internacionais e nacionais. Uma mesma fotografia percorria diversos países e salões ao redor do mundo.
No início da década de 1950, uma importante contribuição da instituição para a difusão da fotografia foi a criação da SFF- Foto Revista, uma publicação oficial da agremiação que era coordenada por Luna e escrita por diversos sócios-colaboradores e reconhecidos fotógrafos.
O periódico tornou-se uma importante produção editorial da época, trazendo em suas edições imagens e artigos sobre técnica e arte fotográficas, bem como as narrativas dos eventos e dos salões internacionais realizados pela entidade. Hoje, o conjunto de publicações da revista é uma importante fonte de pesquisa da história da fotografia e do foto clubismo brasileiro, podendo vir a ser consultado na Biblioteca Joaquim Antonio Dias de Amorim, localizada na própria SFF, ou, ainda, na Biblioteca Central da UFF, no campus Gragoatá. Além das referidas revistas, a biblioteca da SFF possui os catálogos das exposições internacionais e nacionais, e mais de três mil títulos de livros, outros catálogos e revistas sobre fotografia, incluindo exemplares raros do século XIX, sendo uma preciosa fonte de pesquisa para estudantes e historiadores.
A SFF é a segunda sociedade fotográfica mais antiga em atividade no país. Desde sua fundação até os dias atuais, e é referência no que diz respeito ao ensino e divulgação da arte fotográfica. Desdobra-se entre o ensino teórico e o prático, o fomento de discussões em torno do interesse da fotografia como arte, a preservação de seu acervo, a manutenção de uma biblioteca especializada e a proposição de eventos que estimulem o interesse pela fotografia. A SFF realiza periodicamente exposições individuais e coletivas, em suas duas galerias: a primeira construída no Brasil homenageia Octávio do Prado, importante colaborador e agitador cultural na época da fundação da instituição, e a outra que leva o nome de seu fundador, Jayme Moreira de Luna, inaugurada em outubro de 2006.
Além das galerias, a SFF, possui salas que levam nomes de importantes personagens que atuaram na instituição ao longo desses quase 80 anos de atividades ininterruptas: Cesar Salamonde, Chakib Jabôr, Luis Antonio Pimentel, Joaquim Antonio Dias de Amorim, Walter Fialho Bittencourt, Nair Avellar Nunes e Chico Nascimento.
Mantemos parcerias com a Universidade Federal Fluminense, o Laboratório de História Oral e Imagem - LABHOI, Aperj – o Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, a Funarte, FotoRio, o Festival de Fotografia de Tiradentes, Festival de Fotografia de Paranapiacaba, Festival de Fotografia de Juiz de Fora, Academia Fluminense de Letras, Instituto Rouanet, Secretaria Municipal das Culturas através da Política de Cultura Viva, Fundação de Artes de Niterói, Arfoc–Associação Profissional dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos, e agora também com o Rotary Club Niterói Norte.
Em 2012, foi lançado o livro “Fotoclubismo no Brasil, o legado da Sociedade Fluminense de Fotografia”, de autoria de Angela Magalhães e Nadja Fonseca Peregrino com curadoria de Antonio Machado, resultado de uma parceria entre o Senac Nacional e a Sociedade Fluminense de Fotografia.
Reconhecida como Ponto de Cultura pelo Ministério da Cultura.
Reconhecida como Ponto de Cultura pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do RJ.
Reconhecida como Ponto de Cultura pela Secretaria das Culturas de Niterói.
Em 14 de julho de 2023 foi reconhecida como Ponto de Memória pelo IBRAM Instituto Brasileiro de Museus.
Em 8 de agosto de 2023 foi reconhecida pela Prefeitura Municipal de Niterói como Patrimônio Cultural Imaterial.
Em 20 de junho de 2024 recebeu o Diploma Nicette Bruno por seu saber e fazer cultural.
Em 26 de agosto de 2024 foi reconhecida como integrante do Cadastro Fluminense de Museus
pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do RJ.
Atualmente criamos e realizamos o Projeto Fotografia Para Todos, que promove cursos de fotografia para alunos portadores de T21 (Síndrome de Down), 60+ , jovens de comunidades e deficientes visuais, sempre finalizando com uma exposição ao final de cada projeto.
Antonio Machado – Sociedade Fluminense de fotografia
Responsável pelo envio
administrativo@sff.com.br
Para envio de imagens/vídeos
Autor
Antonio Machado
Título
Fachada
Autorizo a utilização das imagens contidas no vídeo/fotografia identificada acima, para produção não comercial de peças audiovisuais, gráficas e demais ações de divulgação e difusão, a serem desenvolvidas pelo Instituto Brasileiro de Museus – Ibram, desde que devidamente identificada a presente fonte.
Li e concordo